quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Meia-volta

09/10/2008

Poucas coisas tendem a me irritar. Ultimamente, muitas. Uma delas chama-se: auto-escola. Depois de passar por um exame médico ridículo em que basta você dizer seu nome para passar (ou quase isso), um curso teórico comandado por uma ‘show woman’ com seu texto decorado, sem sair do script, tenho que agüentar as aulas práticas. Foram poucas as vezes que peguei a direção de um carro antes, mas alguma noção eu tinha.

Primeiros dias de aula, pergunto ao instrutor:

- Como eu sei se os espelhos estão corretos?

- Ah, com o tempo você aprende.

Fiquei a pensar: “Ajusto da melhor maneira para eu enxergar sei lá o quê e saio dirigindo. Mas e se o delegado disser que não está do modo correto? Ah, com o tempo eu aprendo...”

Mais perguntas:

- Como eu tenho noção do espaço entre os carros e a guia?

- Ah, com o tempo você se acostuma, enquanto isso se não estiver bem eu aviso. (avisa porra nenhuma, o cara invade meu espaço e mexe a direção por mim!)

Aula marcada para começar às 07h50 e o cara só começa de fato 15 minutos depois e me libera 10 minutos antes. Sem contar que, durante o percurso, ele lê o “Já” (um jornal popular de Campinas, para quem não sabe) e circula anúncios de empregos, enquanto eu não sei de quem é a preferência na próxima rua. Hoje, um taxista muito simpático, ao puxar assunto comigo, me ensinou como funciona: “É fácil menina, quando tiver placa e final de rua, você pára”.

Entendo que o instrutor é um profissional explorado com um trabalho extremamente precarizado, mas um pouco de comprometimento faz bem. Até agora, não reclamei e tentei entender a insatisfação deste trabalhador com a vida. Mas paciência tem limite... Devo estar em minha quinta ou sexta aula e não sei sequer arrumar os espelhos. Evitei a troca de instrutor, mas tal atitude é necessária. Tentei na base da conversa amigável contornar a situação, mas é impossível. Hoje, foi a gota d’água. O dito cujo abre o porta-malas e começa a tomar café-da-manhã, enquanto eu fico ali tentando fazer uma baliza. Quantas voltas para a esquerda? Qual o ponto na janela direita? Deixo o volante reto? Encostou na calçada? Isso não foi o pior, foram os berros. Como eu posso dirigir corretamente se eu não tenho instruções??? O homem começou a berrar porque eu estava acelerando na descida e diminuindo a velocidade na subida. Tomava meu volante com agressividade para encaixar o carro na posição correta da rua. Impaciência não combina comigo. E muito menos maus tratos. Decisão tomada: outro instrutor já e algum amigo para me ensinar como ajustar os espelhos!

Confesso: prefiro ser passageira nos veículos! Ai, que merda!

2 comentários:

Carolina Cristina disse...

Cami, minha flor, os instrutores são péssimos, realmente e não têm nem um pouco de paciência com os aprendizes. Eles devem achar que todos nascem sabendo. Balela!
Quanto ao espelho do retrovisor, você precisa deixá-lo numa posição que você possa ver os carros que estão em sua traseira e os espelhos laterais precisam estar numa posição que você possa enxergar os carros que poderão ou não te ultrapassar, principalmente motos que ultrapassam por qualquer lado.
Não sei se fui de muita ajuda, mas... No começo eu penei, ficava um tempão só arrumando os espelhos... Rsss...
Bjos...

O Desbunde disse...

valeu Carol, ficou mais claro agora! obrigada beijos saudosos