Pregos pelo teu corpo
/ Para Frida Kahlo
Camila Marins - 10/05/2008
teu cigarro suplicava
ossos sangue e carne
teu esqueleto pregado
crucificada na cama.
A insurreição, sonhava com camaradas
teu corpo: cárcere privado
e na borda de um copo de tequila
teu vestido pendurado em um varal
embaixo de tua cama
borboletas exangües
ensaiavam coreografias
com o ranger de ossos
surrealista, chamaram-na
não!
tua cama, tua redoma
tua cama, tua redenção
grite aos ouvidos bêbados:
“Yo no pinto sueños... Pinto mi realidad”
seios presos em gesso
aquele branco tela sufocante
tua cintura esmagada
que gritavam sussurros de Trotski
e na cama
caquinhos formavam o belo
teus ossos te estupraram
pedaços de teu corpo entre os lençóis
Emoldura tua cama, Frida!
ninguém conhece tua dor
imensidão urdida por urubus
apenas esmola ao diabo
todos os dias traga migalhas
migalhas oferecidas por moribundos
enche teu peito de aflição
e brinda tua dor
cálice de teu auto-retrato
nada pior
do que levar uma surra
de sua própria lápide
enfim, teu esqueleto é liberto
queima, queima
e dissipa suas vísceras
entre cores, pincéis e telas
ossos sangue e carne
teu esqueleto pregado
crucificada na cama.
A insurreição, sonhava com camaradas
teu corpo: cárcere privado
e na borda de um copo de tequila
teu vestido pendurado em um varal
embaixo de tua cama
borboletas exangües
ensaiavam coreografias
com o ranger de ossos
surrealista, chamaram-na
não!
tua cama, tua redoma
tua cama, tua redenção
grite aos ouvidos bêbados:
“Yo no pinto sueños... Pinto mi realidad”
seios presos em gesso
aquele branco tela sufocante
tua cintura esmagada
que gritavam sussurros de Trotski
e na cama
caquinhos formavam o belo
teus ossos te estupraram
pedaços de teu corpo entre os lençóis
Emoldura tua cama, Frida!
ninguém conhece tua dor
imensidão urdida por urubus
apenas esmola ao diabo
todos os dias traga migalhas
migalhas oferecidas por moribundos
enche teu peito de aflição
e brinda tua dor
cálice de teu auto-retrato
nada pior
do que levar uma surra
de sua própria lápide
enfim, teu esqueleto é liberto
queima, queima
e dissipa suas vísceras
entre cores, pincéis e telas
6 comentários:
Nuossa, Neguinha, que é isso?!Fortíssimo como o peso da dor que corrói e destrói coisas que nem dói! Beijos e muita luz!Adoro-a.
Com certeza vc já viu o filme sobre ela, né? Se não, é um que tem que estar na nossa lista... aliás precisamos marcar um dia pra ver o Vertov, o russo pai da montagem... Beijos, jeff
Jeff querido! Assisti sim ao filme da Frida, confesso que não gostei tanto.... faltou aquilo que Frida exalava: vísceras! e um pouco mais... E quanto ao Vertov, só marcar o dia!!!!! Por falar em filmes, gosta de cinema coreano?? beijos
muito legal. Sou fã da Frida, da história e da arte. O poema ficou ótimo, me lembrou muito do q conheço dela. seu blog tbem tá linkado lá no meu.
abs
Uau!!! Fico deslumbrada com sua poesia...
Bjos...
PUTA CARALEO, CAMILA MARINS!!!! só um palavrão pra conseguir expressar meu sentimento
kika
Postar um comentário