domingo, 22 de fevereiro de 2009
Pílula depois de amanhã
I - Pílula depois de amanhã
Sentiu-se só e nem ao menos sabia quem era e, de repente, mal conseguia escrever sobre si. Pesadelos seduziam entre lençóis e nos ouvidos apenas piadas de mau gosto assombravam e nem ao menos sabia quem era. Cansou-se de cantar subversão aos fracos. A inércia corria como cianeto em veias corrompidas. Que terra é essa? O que é isso? E nem ao menos sabia quem eram seus irmãos. Cisco nos olhos? Ou quem sabe anistia? Olha! Olha! Lá se vai mais um navio negreiro pelo velo das ocorrências malditas. E a morte atormentada por pensamentos... Espera! Um flash, quem sabe uma manchete?! E a corrupção lhe estende o tapete vermelho. NÃO! NÃO! Não ultrapasse a linha. Não vá além da estrela! Recue! Recue e mantenha-se em pé meu irmão! Meu irmão? Há flores ao seu redor e elas choram espinhos pelos quintais da senzala. Palavras perdem-se no pleonasmo da perdição e nem ao menos sabia quem era... Eu não sei e o mundo é tão grande! Ah! O mundo e suas rotações de um Pequeno Príncipe. Preocupe-se com essa pornografia barata. Preocupe-se com esse latifúndio disperso entre grãos e cana. Preocupe-se com a exploração desenfreada. Preocupe-se com as mulheres nas esquinas. Preocupe-se com a opressão e o tapa na cara. Preocupe-se com as crianças batendo nos vidros dos carros. E quem é culpado agora? Tentam lhe confundir, mas vozes gritam a insistência do inimigo e arrancam pelas entranhas a mais-valia garantida.
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