quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Noites de um Barão em Campinas

18/12/2008

Senhor Barão de Jaguara Nu e Cru

Descendo a rua viva do senhor Barão de Jaguara de Campinas. 22 horas: prostitutas, cafetões, drogas, silêncio e negócios. Mas é preciso lembrar. Logo ali, um auto de Natal. O Largo do Pará com seus bonecos de neve, estrelas, luzes, trenós em pleno cotidiano tropical. Crianças rondam o Papai Noel e da sua barba branca apenas uma semelhança: a cor do pó de cocaína que aspiram. Branco como um floco de neve.

Senhor Barão de Itapura Esfomeado e Miserável

Rec, rec, rec. Este era o som que suas latinhas faziam ao encostar ao chão da avenida Barão de Itapura. Ainda tinha poucas, cerca de 50. E seus pés cansados naquele chinelo Havaianas azul e branco resolveram parar. Bolsos vazios e rasgados. Estômago vazio e rasgado. Apoiou-se em uma grade de ferro branca descascada. Secou o suor de seu rosto, linhas calejadas de miséria, enquanto pensava no quê levar ao jantar das netas. Sentiu a umidade em sua mão. Era o cachorro da casa lambendo seus dedos. Havia encostado em uma casa. E ficou ali a brincar com o cãozinho, sem ninguém lhe perceber.

Senhor Barão Geraldo Devasso e Oportunista


Terminal fechado. Ônibus na garagem. Sem dinheiro. Táxi nem pensar. Sem amigos. O que faria para sair da terra do Senhor Barão Geraldo? Sabia que logo a expulsariam. Andou e a noite estava alta. Andou e a estrada chegava. Andou e a Senhora estrada da Rhodia se aproximava. Tomou coragem, abaixou a calcinha e levantou a saia. E um desses carros importados, recém-saídos de um belo senhor condomínio fez-lhe o favor. E quem pagou a conta?

QUEM PAGOU A CONTA? MALDITOS BARÕES!

Um comentário:

Anônimo disse...

Beleza, Cami! Siga em frente!!!