quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Movimente-se

Há algum tempo meu engessamento artístico tem me incomodado, tanto pela produção, quanto pela expressão. Lembro-me da voracidade com que eu escrevia poemas. O tempo passou, mas a inquietação não. Ontem, conheci uma atriz que me motivou a retomar alguns projetos. Só pode ter sido um ardil do Saci!

De acordo com o dicionário da língua portuguesa, Arte significa: "conjunto de preceitos ou regras para bem dizer ou fazer qualquer coisa". Esta é a minha busca: a coisa. Aquilo que estranha, aquilo que inquieta, aquilo que busca a reflexão. Busco novas formas de expressão, incitar o estranhamento, incitar o conhecimento da "coisa". Este é o grande desafio: trabalhar com diferentes linguagens, diferentes espaços, diferentes movimentações que levam a um único objetivo: a reflexão integrada, ou seja, a crítica multiplicadora, a consciência coletiva.

A idéia é a seguinte: reunir poetas, atores, músicos, repentistas, palhaços... Enfim, artistas reunidos em um espaço compartilhando Arte. Uma atriz interpreta o poema de outrem enquanto alguém faz a trilha sonora. Diferentes movimentações, de preferência em um espaço público, a fim de movimentar e incitar qualquer um que passa pela rua. E aí? Alguém me dá a mão para esta dança? E-mail:camila_marins@yahoo.com.br

Minha poesia

27/11/2008

Minha poesia é puro escárnio de uma noite vagabunda. Escolho a dedo minhas linhas melancólicas, enquanto a memória dilacera meu peito carregado de fel. Palhaços me apontam o dedo e começam a ciranda do desespero. Tapas na cara são reflexos do cotidiano e proibições a leitos de luxúria são habituais. Tudo que falo some em brisa quente. E falos cerceiam a libertação da poesia virgem. Escrevo porque tudo que existe em mim não cabe em um só corpo. O surreal me acomete em vestígios e canto minha dor neste papel. Meu canto é dolorido e silencioso, berra em um eco de contradições. Escrevo em azulejos brancos porque lhes faltam cor. Escrevo toda a escatologia não revelada na convivência. Escrevo porque estou de joelhos diante de minha própria alma. Escrevo porque choro cada poesia. Meu pranto macula estas linhas que já se tornam indecifráveis. Apenas fim!

Um comentário:

Carolina Cristina disse...

Opa! Idéia maravilhosa!!!
Estou dentro!
Bjos...