quinta-feira, 6 de novembro de 2008


Balada do cárcere


(homenagem singela para Oscar Wilde)

05/11/2008

arrancou minhas vísceras
enquanto atabaques gritavam meu desespero
Rasgou minha pele com dentes
e ainda olhava-se no espelho

os sinos badalaram e
nem o mais casto dos padres te acudiu
A cruz lhe fugia à sentença
e o pecado era sua natureza

quem é você?
você é quem?

Em sua sacristia de pura volúpia
entornou um cálice de desejo escorregadio
- entre perdas e danos -
o limbo ainda o esperava

e por baixo da roupa
sangue fervia entre veias pulsantes
e o que fez?
acolheu misérias em minh’alma

balança
balança
porque um corpo cai

mais um...


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