Balada do cárcere
(homenagem singela para Oscar Wilde)
05/11/2008
arrancou minhas vísceras
enquanto atabaques gritavam meu desespero
Rasgou minha pele com dentes
e ainda olhava-se no espelho
os sinos badalaram e
nem o mais casto dos padres te acudiu
A cruz lhe fugia à sentença
e o pecado era sua natureza
quem é você?
você é quem?
Em sua sacristia de pura volúpia
entornou um cálice de desejo escorregadio
- entre perdas e danos -
o limbo ainda o esperava
e por baixo da roupa
sangue fervia entre veias pulsantes
e o que fez?
acolheu misérias em minh’alma
balança
balança
porque um corpo cai
mais um...
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