24/02/2010
Vomitava latências de um mundo não compreendido. Entre advérbios e gramáticas mal explicadas da vida, arranhava Villa-Lobos pelos corredores. Já quis engolir o mundo. Fazia assim: abria bem as pernas e enfiava tudo. Tudo mesmo. Certo dia, tal qual Zeus, pariu. Pariu pelas coxas. E percebeu que o mundo se esvaía e escorria pelos esgotos de um submundo inventado, que nada mais era do que sua própria alma. Carregava a pedra da culpa nos ombros e rolava pelas esquinas numa dança quase esquizofrênica. Seu corpo metamorfoseava o balanço de cabeças reticentes e as lamúrias onomatopéicas de seres sem vida. Cansava desse ciclo parideiro de (con)sequências ou não. Em sua boceta nada mais cabia, nem mesmo seus sonhos... e suas coxas, já flácidas, se confundiam em contornos de uma placenta forjada. Assim era o mundo... entre máscaras, placentas, úteros numa maternidade quase mal resolvida. Éramos parideiros de nós mesmos. Antropofágicos da vida. Comíamos o mundo pelas bocetas. E no palco meio iluminado, meio escuro, entre sombras e luzes, fez-se o primeiro olhar. A dor era inevitável. Num dado momento, não mais paria. Enjoava. Enjoava. Inchava. Inchava. Repetia. Repetia. Alucinava. Alucinava. E... e . finalmente, vomitava penúrias de uma realidade cotidiana e redundante no espelho. Osso e carne. Unha e dente. Enfim, a merda era posta. Sirvam-se todos. Um banquete de si(e).
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Que vá à merda todo esse moralismo familiar e viva o AMOR!
Sempre ouvi que amor de mãe é incondicional; mães são como leoas na defesa dos filhos e a relação é praticamente divina. Mas eu me pergunto: amor incondicional significa expulsar um filho de casa pelo simples motivo de ele assumir a homossexualidade? Balela essa tal incondicionalidade, essa divindade hipócrita. Nunca vou aceitar uma situação dessas calada e tenho frequentemente ouvido relatos de amigos próximos. Compreendo a dificuldade de aceitação e compreensão até em função da própria história de opressão e preconceito da sociedade, mas expulsar um filho da vida dessa forma, por quê??? Sexualidade não é algo que se escolhe, se é. Simplesmente isso e nada interfere no caráter de uma pessoa. Vamos, por favor, acabar com esses falsos moralismos e parar de fingir que o conceito de família é perfeito, até porque já está falido há muito tempo. Conheço muitos pais e mães que pulam a cerca por ai, molestam crianças, estupram, agridem e ai? Ao invés de julgarmos pela sexualidade alheia, que tal corrermos os olhos para os problemas velados dentro da própria casa ou na porta ao lado. Ser gay não significa doença física ou mental; não significa desvio de caráter; não significa traição familiar ou afins. Ser gay significa verdade; significa amor; significa identidade; significa, acima de tudo, CORAGEM! E é aqui que eu me solidarizo com todos os companheiros e companheiras LGTTB’s que sofreram e estão sofrendo com essa situação. Pensem que quem sairá no maior prejuízo serão esses pais, que vão envelhecer e, quiçá, morrer sem a presença das valorosas filhas e dos valorosos filhos. Que vá à merda todo esse moralismo familiar e viva o AMOR!
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
A carta que você nunca lerá
17/02/2011
Te amei. Fiz escolhas. Boas ou ruins. Apenas o tempo dirá. Nunca tive a intenção de te magoar. Assumo meus erros e minhas falhas mais perversas. Não sou a mulher maravilha que você, um dia, idealizou. Nunca fui A mulher dos seus sonhos. Sou uma libertária incorrigível. Sou uma amante da vida. Sou uma amante dos outros. Sou uma amante do mundo. E, mesmo assim, me enrosco em minhas próprias contradições. Busco um mundo melhor. Busco paz entre todos os seres vivos. Busco o amor incondicional ao próximo. E, mesmo assim, magoo meus amigos, magoo minha família, magoo o mundo e magoo você. Não sou de ferro. Não sou a mulher ideal. Não sou quem você sempre sonhou. Sou e não sou. Sou uma mulher mais do que comum, fugindo desesperadamente do senso comum. Não sou mulher de esperar em casa, não sou mulher de me render aos hábitos, não sou mulher de assumir o fim de um relacionamento. Não sou mulher para não te fazer sofrer. E te confesso bem baixinho: todos nós fazemos o outro sofrer; não há como escapar, meu amor. Eu sofri por sua idealização por uma mulher que não existe. Você odiava isso em mim. Você repudiava minha liberdade extrema. Você odiava minha independência. Você odiava minha boemia e amargava em minhas ressacas morais e físicas. Então, o que você realmente amava em mim? Sou uma mulher desenhada em falhas, processos e perdições. Nada do que você sonhava. Eu não posso com amarras excessivas, com algemas da insegurança, com clichês do desrespeito e estávamos andando cegas na corda bamba da desconfiança. Até do seu terapeuta eu tive ciúmes. E você dos meus e-mails, uma internet tão tentadora, que não revelou nada além do esperado: o desrespeito nos matava. Éramos um casal atacado pelas diferenças, cada um tentando mudar o outro. E não é bem assim que as coisas funcionam. As identidades começaram a gritar e o meu Eu, tão sufocado, pediu pelo fim... doloroso fim. A rejeição trouxe agressões. Você disse que me odiava e que jamais me perdoaria por ter desistido dessa forma. Mas, meu amor, você já me odiava muito antes da separação e não reconhecia. Você odiava meus hábitos e não hábitos, você odiava minhas carências e não carências, você odiava meu espírito libertário ou não, você odiava meus discursos políticos ou não, você odiava minhas distrações ou não, você odiava minha poesia ou não. Você já me odiava... Nos violentamos na separação e agora, o que nos resta? Mágoas? A mim me resta o perdão. Perdoar a mim mesma por te fazer sofrer, por ser tão incapaz de continuar, por ser tão covarde nesse fim, por ser tão fraca em noites de boemia, por ser uma bêbada tresloucada de final de semana, por ser uma mulher politicamente correta repleta de contradições e falhas, por ser incoerente, por ser tão estúpida. Ainda te amo e, por isso mesmo, não posso mais. E, por exatamente isso, peço seu perdão e sei que você ainda vai me castigar por muito tempo, vai me culpar. Afinal, alguém precisa cumprir o papel de vilã nessa história, não? Que eu assuma esse papel, pois já me vitimizei demais nessa vida. Assumo sem qualquer pudor minha tirania. E peço do fundo do coração e com as minhas melhores energias, perdão... perdão... Hoje, minhas lágrimas se confundem com seu cheiro ainda impregnado em minha roupa de cama. Sempre me lembrarei de nossas risadas, nossas bebedeiras, nosso sexo, nossas extravagâncias, nossas viagens, nossos melhores momentos. Serão essas as lembranças que levarei para sempre comigo. Aquilo que ninguém, nem mesmo você com sua compreensível raiva, poderá arrancar. Tudo isso sempre estará em mim e envolto de ternura e carinho. Para o amanhã? Apenas o perdão... Que perdoemos a nós mesmos e depois um ao outro. Mesmo sabendo que você pode não ler essa carta, escrevo. Porque em meus escritos estão as minhas verdades, com as contradições expostas e as falhas assumidas. E é aqui que nossos sonhos em conjunto terminam...
Te amei. Fiz escolhas. Boas ou ruins. Apenas o tempo dirá. Nunca tive a intenção de te magoar. Assumo meus erros e minhas falhas mais perversas. Não sou a mulher maravilha que você, um dia, idealizou. Nunca fui A mulher dos seus sonhos. Sou uma libertária incorrigível. Sou uma amante da vida. Sou uma amante dos outros. Sou uma amante do mundo. E, mesmo assim, me enrosco em minhas próprias contradições. Busco um mundo melhor. Busco paz entre todos os seres vivos. Busco o amor incondicional ao próximo. E, mesmo assim, magoo meus amigos, magoo minha família, magoo o mundo e magoo você. Não sou de ferro. Não sou a mulher ideal. Não sou quem você sempre sonhou. Sou e não sou. Sou uma mulher mais do que comum, fugindo desesperadamente do senso comum. Não sou mulher de esperar em casa, não sou mulher de me render aos hábitos, não sou mulher de assumir o fim de um relacionamento. Não sou mulher para não te fazer sofrer. E te confesso bem baixinho: todos nós fazemos o outro sofrer; não há como escapar, meu amor. Eu sofri por sua idealização por uma mulher que não existe. Você odiava isso em mim. Você repudiava minha liberdade extrema. Você odiava minha independência. Você odiava minha boemia e amargava em minhas ressacas morais e físicas. Então, o que você realmente amava em mim? Sou uma mulher desenhada em falhas, processos e perdições. Nada do que você sonhava. Eu não posso com amarras excessivas, com algemas da insegurança, com clichês do desrespeito e estávamos andando cegas na corda bamba da desconfiança. Até do seu terapeuta eu tive ciúmes. E você dos meus e-mails, uma internet tão tentadora, que não revelou nada além do esperado: o desrespeito nos matava. Éramos um casal atacado pelas diferenças, cada um tentando mudar o outro. E não é bem assim que as coisas funcionam. As identidades começaram a gritar e o meu Eu, tão sufocado, pediu pelo fim... doloroso fim. A rejeição trouxe agressões. Você disse que me odiava e que jamais me perdoaria por ter desistido dessa forma. Mas, meu amor, você já me odiava muito antes da separação e não reconhecia. Você odiava meus hábitos e não hábitos, você odiava minhas carências e não carências, você odiava meu espírito libertário ou não, você odiava meus discursos políticos ou não, você odiava minhas distrações ou não, você odiava minha poesia ou não. Você já me odiava... Nos violentamos na separação e agora, o que nos resta? Mágoas? A mim me resta o perdão. Perdoar a mim mesma por te fazer sofrer, por ser tão incapaz de continuar, por ser tão covarde nesse fim, por ser tão fraca em noites de boemia, por ser uma bêbada tresloucada de final de semana, por ser uma mulher politicamente correta repleta de contradições e falhas, por ser incoerente, por ser tão estúpida. Ainda te amo e, por isso mesmo, não posso mais. E, por exatamente isso, peço seu perdão e sei que você ainda vai me castigar por muito tempo, vai me culpar. Afinal, alguém precisa cumprir o papel de vilã nessa história, não? Que eu assuma esse papel, pois já me vitimizei demais nessa vida. Assumo sem qualquer pudor minha tirania. E peço do fundo do coração e com as minhas melhores energias, perdão... perdão... Hoje, minhas lágrimas se confundem com seu cheiro ainda impregnado em minha roupa de cama. Sempre me lembrarei de nossas risadas, nossas bebedeiras, nosso sexo, nossas extravagâncias, nossas viagens, nossos melhores momentos. Serão essas as lembranças que levarei para sempre comigo. Aquilo que ninguém, nem mesmo você com sua compreensível raiva, poderá arrancar. Tudo isso sempre estará em mim e envolto de ternura e carinho. Para o amanhã? Apenas o perdão... Que perdoemos a nós mesmos e depois um ao outro. Mesmo sabendo que você pode não ler essa carta, escrevo. Porque em meus escritos estão as minhas verdades, com as contradições expostas e as falhas assumidas. E é aqui que nossos sonhos em conjunto terminam...
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Anuncio minhas fraquezas e abro as cortinas de meus medos!
"Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher", Lya Luft.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Estudantes do pré-vestibular visitam Escola Nacional Florestan Fernandes
“Saímos às ruas para pedir contribuições e me lembro de um comerciante nos pedir para lavar a louça em troca de dinheiro. Ganhávamos moedinhas que variaram de R$0,10 a R$1,00, mas chegamos a ganhar doações de R$50”, contou Daiane de Araújo, 19 anos, aluna do primeiro ano do Curso Pré-Vestibular (CPV) do Conjunto de Favelas da Maré, durante a visita à Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), nesse sábado, dia 05. Cerca de 20 estudantes, três professores e ex-alunos do CPV participaram da excursão carioca à ENFF, entre representantes da comunidade Santa Marta, Casa da América Latina, Associação Cultural José Martí e estudantes.
A luta começou em outubro do ano passado, quando o professor de Geografia, “Cigano”, apresentou um filme sobre a ENFF durante a aula. A partir daí, os alunos começaram a se organizar e a articular a visita. Eles se dividiram em comissões, desde a produção de cartazes até arrecadação financeira de porta em porta. “Nós não tínhamos dinheiro, então resolvemos, além das contribuições, fazer uma festa, que chamamos de Uma noite no Museu, no dia 16 de outubro”, disse Daiane. A festa foi realizada no Museu da Maré e contou com a participação de aproximadamente 255 pessoas e arrecadação de pouco mais de R$1.740,00, valor ainda insuficiente para a viagem.
Foi ai que Daiane tirou férias e, ao invés de estudar, se dedicou integralmente à organização da visita. “A Daiane sempre acreditou que daria certo. Esta foi nossa primeira festa e sem experiência alguma. Eu me lembro de um dia ter ganhado uma nota de R$20,00, no meio de tantas moedinhas que ganhávamos”, afirmou Adriana Sousa dos Santos, 23 anos, aluna do 1º ano do CPV. Mesmo com a dificuldade financeira, o grupo não desistiu. “Fui a um seminário na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) sobre a ENFF, incentivada pelo Cigano e conheci pessoas ligadas à escola e ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Ao final do seminário, conversei com eles e as coisas começaram a caminhar”, lembrou. Depois desse encontro, exatamente três semanas antes da viagem, o professor recebeu um e-mail da ENFF falando sobre a excursão e se havia interesse dos alunos do CPV.
E foi nesse momento que o sonho destes alunos ficou ainda mais próximo da realização, porque todo o esforço valeu a pena. A articulação foi feita e, às 23h30, do dia 04 de fevereiro, estavam todos reunidos na Cinelândia à espera do ônibus. Seis horas um ônibus não significou cansaço ou reclamação e sim a conquista de uma bela vitória.
A manipulação não vai longe
Jovens a partir de 18 anos, todos ávidos por informação e com o brilho da esperança no olhar. Este foi o clima que permeou a visita à ENFF. Quando questionados sobre o motivo da visita, Daiane rapidamente respondeu contando que o curso pré-vestibular sempre transmitiu uma visão política dos trabalhadores e sobre a questão agrária. “Não sabíamos nada no começo, apenas que o MST era chamado de ‘baderneiro’, mas agora entendemos a luta e temos informação”, pontuou Daiane, vestindo uma camiseta estampada com a logomarca da TV Globo com os seguintes dizeres: “Sorria, você está sendo manipulado”.
“Precisamos sempre desconfiar das informações que passam na TV, não podemos assimilar sem raciocinar, é necessário questionar: será que não tem outro lado?”, alertou o professor de História do CPV, Humberto Salustriano da Silva, 32 anos.
Texto de Camila Marins e fotos de Amanda Coelho
About secrets - Para (To) minha grande amiga e mulher negra admirável!!!
10/02/2010
À primeira vista, quase não
compreendia tal imensidão
pensava como um mar
que se desfaz multicolorido em oceano.
Come to me and nothing more
your eyes, just mine
my soul, my little blue
Trançávamos as pernas
penetrando uma à outra
apenas com o olhar
e entre lençóis o ardor fervia em oceano
Don’t go my darling
I’m here and I really need to understand your eyes
I don’t know about this world
I just need to fly in your eyes
Meu coração arde e se desfaz em sal
lágrimas corroem minha alma
e a partida, tão necessária ou não,
perde o sentido.
You are with me
inside me
I know: you have secrets
but I don’t care, so, please, don’t go.
Ardo
estremeço
me faço verbo
e choro
e amo
para além de qualquer linha.
Please, don’t go, I’m here...
À primeira vista, quase não
compreendia tal imensidão
pensava como um mar
que se desfaz multicolorido em oceano.
Come to me and nothing more
your eyes, just mine
my soul, my little blue
Trançávamos as pernas
penetrando uma à outra
apenas com o olhar
e entre lençóis o ardor fervia em oceano
Don’t go my darling
I’m here and I really need to understand your eyes
I don’t know about this world
I just need to fly in your eyes
Meu coração arde e se desfaz em sal
lágrimas corroem minha alma
e a partida, tão necessária ou não,
perde o sentido.
You are with me
inside me
I know: you have secrets
but I don’t care, so, please, don’t go.
Ardo
estremeço
me faço verbo
e choro
e amo
para além de qualquer linha.
Please, don’t go, I’m here...
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
FINITO
06/02/2010
Subscrevia ilimitadas palavras além consciente. Independia de pronomes ou predicativos, os sujeitos lhe eram mais ou menos românticos ao seu gosto. Pensava. Pensava excessivamente, enquanto o medo lhe tomava e arraigava nós no estômago. Não tinha escolhas. A coragem apunhalava desejos de um eu escondido, sufocado pela miséria cotidiana. Subscrevia as liberdades humanas ou não. E quando, finalmente, decidira pelo fim, deu de cara com o verbete mais desejado entre lençóis. Ah, o arbítrio. Gozava com o pulsar do alvedrio. Guardava em sua cama pernas acesas, arquejadas e prontas para o ensaio final. Buscava a liberdade. Enfim, era e continuava a ser...
Subscrevia ilimitadas palavras além consciente. Independia de pronomes ou predicativos, os sujeitos lhe eram mais ou menos românticos ao seu gosto. Pensava. Pensava excessivamente, enquanto o medo lhe tomava e arraigava nós no estômago. Não tinha escolhas. A coragem apunhalava desejos de um eu escondido, sufocado pela miséria cotidiana. Subscrevia as liberdades humanas ou não. E quando, finalmente, decidira pelo fim, deu de cara com o verbete mais desejado entre lençóis. Ah, o arbítrio. Gozava com o pulsar do alvedrio. Guardava em sua cama pernas acesas, arquejadas e prontas para o ensaio final. Buscava a liberdade. Enfim, era e continuava a ser...
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Excessos
Excessos
01/02/2010
Cantava além mar
nunca soubera quem era
e cada gota de onda néctar
era como metonímia em vida
Alucinava em corpos transeuntes
como a de uma clássica música em bemol.
Incompreendia a constância por excitações
e colecionava amores em uma caixinha de bailarinas confusas.
Permitia-se brincar com a eterna contradição
e perdia-se em determinados advérbios passados
suava, transpirava
e, em sua mente, apenas corpo.
Corpo. Meio corpo, corpo inteiro
tinha sede de corpos
e seu copo sempre meio cheio
e vazio e meio
corte de corpos
nada era seu, nem o poema que excedia a quadrilha versada
01/02/2010
Cantava além mar
nunca soubera quem era
e cada gota de onda néctar
era como metonímia em vida
Alucinava em corpos transeuntes
como a de uma clássica música em bemol.
Incompreendia a constância por excitações
e colecionava amores em uma caixinha de bailarinas confusas.
Permitia-se brincar com a eterna contradição
e perdia-se em determinados advérbios passados
suava, transpirava
e, em sua mente, apenas corpo.
Corpo. Meio corpo, corpo inteiro
tinha sede de corpos
e seu copo sempre meio cheio
e vazio e meio
corte de corpos
nada era seu, nem o poema que excedia a quadrilha versada
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