INSÔNIA
12/07/2009
Suas olheiras dispersavam a atenção de moribundos. Com ombros curvados, caminhava, solitária, em busca de Morfeu. Nada lhe apetecia e, pelo caminho, cruzes de corpos esquecidos eram levantadas. Vozes dissonantes acompanhavam o tormento dos injustos, enquanto covas engoliam cadáveres de ruas. Ainda assim, fez sua cama e com a volúpia de uma puta triste deitou entre terra e ossos. Esperava o amanhecer da barbárie. E, com a chegada da aurora, molhou a terra com seu gozo. Semeou novos frutos e, enfim, alimentou a esperança.
domingo, 12 de julho de 2009
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