quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Sobre a morte


Se a morte fosse hoje, seria ela doce? Esta foi a pergunta que me tomou, enquanto eu descia os 17 andares do prédio onde trabalho, que pegou fogo hoje, na Cinelândia. Centenas de pessoas entre o desespero e a risada. Pura catarse. Mulheres desciam chorando. Homens desesperados perdiam limites, que beiravam a violência. Todos em busca da sobrevivência atropelavam uns aos outros. Ali, era instinto, apenas instinto. A cada passo, a cada andar, eu procurava o rosto da morte. Quais seriam suas formas? Teria curvas? Percebi, ali, que a morte nada mais é do que o desconhecido. Não o invisível, porque até o invisível toma sua forma. É o desconhecido. A morte é o porvir. O desconhecido porvir. E a vida: o medo. Seguimos vivendo pela força do medo. No final, ninguém quer ultrapassar a porta do porvir. Estaria eu bem apresentável à morte?

TOC TOC

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