domingo, 23 de dezembro de 2012

HO HO HO - poema nada concreto para o Natal

HO HO HO - poema nada concreto para o Natal 



Se você acha. Procura. Tenha certeza de. Nada. Por quê? Rasgo pele. Estou morta. Estou morta. Enterrem-me. Não! Ponham fogo nela. Merda. Estou morta. Estou morta. Borrem meus lábios. Batom vermelho sangue. Mordam até marcar. Arranquem pedaços: “A parte que te cabe neste latifúndio”. Estou morta. Estou morta. Seja e esteja. Arrumem a cabeça torta. O pescoço quebrado para enxergar melhor. Você. Estou morta. Estou morta. Fechem os olhos de Narciso. Cega de cu. Questionem. Perguntem por. Tirésias. Não me levem flores. Sim! Tulipas são as prediletas. Água? Não! Estão mortas! Estão mortas! As flores e eu.

Nenhum comentário: