domingo, 27 de abril de 2008

Minha pele

Minha pele
Camila Marins - 27/04/2008

Beijaram-me a boca à força
E com a ponta afiada de uma faca
rasgaram minha pele

pequenos retalhos de memória
minha pele
pequenos retalhos imersos em sangue

minhas mãos em formato de prece
foram forçadas ao desenlace
estendi aos céus
mãos lascivas e úmidas

digitais sem identidade
minha pele
dedos libidinosos
sem medo do pecado

vem e rompe com tuas memórias
ajoelha-te neste chão duro e desigual
esfacela teus joelhos no abandono das esquinas

vem e sussurra uma prece em meu ouvido
vem e causa arrepios em minha pele
minha pele
recortes embebidos por éter

vem e alimenta minha boca
vem e entrelaça seus dedos nos meus
minha pele
um corte
a morte

3 comentários:

Anônimo disse...

Belíssimo poema. Intenso. Parabéns!

O Desbunde disse...

obrigada!
sabe que esse saiu depois de muito tempo sem inspiração?
estou voltando... aos pouquinhos...

Anônimo disse...

Oi Camila!!
Que legal o seu blog!! Parabéns pela iniciativa!!
Vou ler com mais tempo depois!!
bjoss