Vidas secas e uma aurora vermelha
01/03/2008 – Camila Marins
Olhos lânguidos na planície avermelhada
testas franzidas e beiços voluptuosos
não! não sabia
não! não enxergava
pés calejados neste chão duro e desigual
nada mudava
e aquela planície avermelhada insistia
planície que estrangulava
aqueles homens que morriam de sede
não! não havia brilho
aquele sol castigava mais que qualquer inferno de Dante
não! não havia brilho
apenas pés calejados neste chão duro e desigual
aquelas mulheres, aqueles homens e aquelas crianças
nunca viram o brilho de uma aurora
o sol sempre esteve ali
chicoteando aqueles pés
apenas um par de olhos
ali sim havia um resquício
um par de olhos
esta era a aurora de Fabiano
e os teus olhos? Ainda brilham?
Sonham!
2 comentários:
Dá um certo alívio ter na janela uma paisagem verde .
Excelente texto.
Parabéns
Sonhar é a única coisa que não nos podem roubar...
Linda poesia!!!
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