terça-feira, 28 de agosto de 2012

Nobody home


Ninguém em casa e continuo sentada na cama. Paralisada. Apenas meus olhos se movem. A TV elétrica em movimentos, o rádio toca algumas asneiras sensacionalistas e a panela apita sua pressão. Ao fundo, num computador velho, Pink Floyd. Abro a segunda cerveja e desce a quinta lágrima. Penso sobre meus pés. Por onde andaram e por onde andarão? Uma sensação temporal. Apenas verbal, porque o céu continua nublado. Penso que poderia ser qualquer um daquela tela ou daquela sintonia. Mas não sou. Nada sou além de sal derramado em chão e latas vazias em corredores. O cheiro da comida da vizinha me excita e estou de dieta. Pior que a energia elétrica, apenas gasto. Prefiro o metal gelado dos anéis de cerveja. Quer compromisso mais real? Sim, eu aceito me casar.


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