De repente, o dia mais esperado em sua vida, passa a ser nublado. Não me lembro de aniversários chuvosos. Sempre com muito sol e céu azul. Mas, hoje, o dia está cinza e frio. Comemorar o quê? Você olha para o espelho e vê o mesmo: tempo que passa em imagem e sonhos guardados. Para onde foram os sonhos? Escondidos pelos meandros de eternas comemorações e em bodas com sabe se lá quem.
Hoje, fiquei pensando. 15 de maio de 2012. 28 anos. E daí? Há dez anos eu comemorava com a maior das alegrias os 18, a tal maioridade, o tal “ser dona do próprio nariz”. E o que mudou? Talvez a chave de casa, alguns que passaram por sua vida e, principalmente, a chatice da responsabilidade e a insistência da solidão.
Comemorar o quê? A mim não. Comemoro os bons e maravilhosos amigos que passaram e ainda estão em minha vida. Os meus eternos irmãos de loucuras, divagações, performances noturnas de varandas e ressacas. Aqueles com quem brigo e grito. Aqueles com quem posso extravasar meu pior lado, mostrar a loucura e, mesmo assim, sei que sempre vão me amar.
Comemorar o quê? Um brinde à eterna loucura que mantém esta vida sem sentido.
Um comentário:
"A coisa mais certa de todas as coisas não vale o caminho sob o sol...". Comemore a sabedoria por ter consciência de que a tristeza é o intervalo entre uma alegria e outra. Desejo muita sorte para ti, sempre. Pão italiano, cabernet sauvignon e tulipas.
Baco
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