- Próximo.
- Bom dia, gostaria de entregar meu currículo para a vaga de vendedor.
- Pois não. Sente-se.
- Tenho experiência com atendimento ao públi...
- Espera aí. Você não grampeou seu currículo?
- Não tive tempo, desculpe, como eu ia dizendo, tenho experiência com atendimen...
Clec
- Você trabalhou no comércio informal? Isso significa que você era camelô?
- Sim senhora. Trabalhei quase dez anos no comércio informal e foi onde eu adquiri experiência no atendimento ao público, além de poder de convencimento.
- E o que você vendia?
- DVD’s e CD’s.
- Ah! Espere que o chefe já vai lhe atender.
Silêncio pirata
- Você pode entrar que o chefe já vai te receber.
- Muito obrigado moça.
- Espere um momento. Você não pode entrar assim.
Clec
- O que é isso moça?
- O chefe não gosta de camisas abertas e a sua está sem um botão. Acho que esse grampo resolve.
Entrada pirata
- Bom dia, meu rapaz. Me fale sobre sua experiência.
- Bem, tenho experiência com atendimento ao públi...
- Faz-me rir não? Aonde você pensa que vai assim? Desculpe, mas você não encaixa em nosso perfil.
- Uai, por que não?
- Sem ofensas, mas há quanto tempo você não vai ao dentista?
- Sei não senhor.
- Então é melhor tapar o buraco aí dos seus dentes antes de procurar emprego e providenciar uma camisa adequada.
- Mas...
- Talvez tenhamos algo... hummm...
Sobrevivência pirata
E lá ia ele, sem nome, sem currículo, sem seu 3X4. De cabeça baixa e boca fechada esfregando o chão daquelas solas piratas.
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
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2 comentários:
Nossa... Essa realidade é que nos mata! Foda!
Bjos...
E até quando ficaremos cerimoniosamente levando currículos a empresas?
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