sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Mandrágora

Mandrágora
Camila Marins – 24/03/2007

Da terra infecunda
molhada pelo sêmen;
de grãos pisciformes
que desfazem sua sepultura.

Opróbrios!
Seios fétidos; murchos
que ladram em noite de lua cheia.

Seu grito antropomórfico
invade meu útero: bailarino estéril.

Argila com sede de placenta,
expira.
Agora molda o feto; ceifando
gota a gota de seu sangue.

No ar, apenas piedade
que embala toda a lucidez no colo
entre espáduas; com suas sementes narcóticas,

as olheiras gritam e
alucinam frutos espalhados pela terra.

Vácuo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Preta!

Mto boa poesia! Mto boa mesmo. Vc já sabe que tenho lá uma pira com útero. (riso)

E sabe que de poesia não mexo (no máximo des-remexo), pq não me foi concedido o dom. E tanto mais tenho certeza de que nao tenho esse dom, pq vejo poesias assim, belas-doridas como as tuas.

Lendo teus escritos, agora, penso comigo: deste nosso mundo de literatos-nunca-publicados, vc é uma das poetas que guardam talento.

Fernanda Cristina

:)

Anônimo disse...

adendo/corrigindo:

eu quis dizer 'poeta que guarda/tem grande talento'

:)