Cólera patriarcal
(13/12/2007 - Homenagem ao documentário de Alexandre, Cebola, Carola e Gabi)
o rio corre mais longe
suas correntes d’água libertam marcas da exclusão
perguntaram-me esses dias:
somos filhos de quem?
somos filhos de quem?
suas correntes d’água libertam marcas da exclusão
perguntaram-me esses dias:
somos filhos de quem?
somos filhos de quem?
não importa se arrancamos cor do pau brasil
ou se sangramos leite da seringueira
as matas são as mesmas
os filhos são os mesmos
somos filhos de quem?
somos filhos de quem?
isso não importa
lança teu nome
Ah! Esquece!
As vozes são caladas!
As vozes são estranguladas!
As vozes são enforcadas!
As vozes são afogadas
Não importa de onde vem
Somos filhos de um único Pai
O Pai Brasil
Muito prazer meu senhor!
ajoelha e vocifera teus joelhos no chão de terra
escolhe as pedrinhas mais agudas
deixa teu joelho sangrar
pois teu olhar não vai alcançar
nunca vai alcançar eixos de igualdade
então chora
chora todas as dores em teu ventre
alimenta apenas a fértil esperança
esse é o pedaço que te cabe.
Somos filhos de quem?
Somos filhos de quem?
2 comentários:
Chorei de novo!!!
Brigada Camis! Bjão
somos filhos de uma pátria sem pátria.
lindo!!!
bjos.
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