domingo, 30 de junho de 2013
domingo, 9 de junho de 2013
Poema para Paulinho, o da Viola
Ê Ê - preto velho chegou
corre corre corre
os dedos na viola
porque amor arde
sem ver, sem poetar
corre corre corre
viola minha alma
viola meu corpo
nada de novo, meu bem
Ê Ê preto velho chegou
arranca sua roupa velha.
Danço nua em palco
e tábuas maculam o errôneo
quem é você, vendaval?
corre corre corre
viola meu corpo
voltei! dinheiro na mão é perigo
Danger! Contemporaneidade de encruzilhada
traz a cachaça e explode o smartphone
Ê Ê preto velho chegou
braços garotis para cima
clica, curte, compartilha e não fode
Ah! Celulares levianos.
corre corre corre
viola minha arte
viola minha inspiração
viva a contemplação!
silenciem os celulares e ouçam:
Venham comigo nessa dança da solidão!
poema Bar da Cachaça
o poeta bêbado cai
a mesa de plástico engordura
a batata paquera a calabresa
a loira ajeita o decote
a preta senta perto do balcão
o óculos embaça
o garçom dá um cheiro no pescoço
a morena arrepia
a cachaça fervilha
o salto quebra
o muro vira xixi
a monogamia se vai
o flanar é na encruzilhada
o a os as - fez-se o plural na esquina
a girar.
sábado, 8 de junho de 2013
Qual a sua marra?
Qual a sua marra?
arranco seu útero
em orgasmos múltiplos.
E sua tríplice aliança?
assassino pombos da paz
Qual a sua marra?
estou cansada do táxi da esquina
vem e te amarro na cama
com o couro da sua hipocrisia
Qual a sua marra?
Entrelaça suas pernas, bailarina patética
e arranca suas sapatilhas
baila comigo?
sábado, 1 de junho de 2013
CENA 666 - O INFERNO DE 4
ELA: Você vem sempre aqui?
ELA: Ai, apareceu uma celulite aqui ó. Bem aqui no bumbum. Olha.
ELA: Adoro essa música. "Como nossos pais"
ELA: Quer uma dose de tequila? Trouxe escondida aqui no meio dos peitos.
ELA: Hummm, forte isso, né?
ELA: Tequila ouro. Tequila ouro. Ouro.
ELA: E, mesmo assim, ainda somos os mesmos
ELA: Ei, aonde você vai? Ta indo embora? Por quê?
ELA: Tequila Ouro. Tequila ouro, baby.
Venha, por favor!
Eu te amo!
Pow – o barulho faz-se. A arma atirou no meio da sua cabeça.
Passa o tempo. Passo o tempo, em pretéritos nada perfeitos.
Eu te amo!
Mentira!
Você está morto.
Você está enganada. Eu sou morta. Vem?
Vou! Me arrebata?
Não. Abra suas pernas?
Para quê?
Abra suas pernas e fim? Entende?
Abra suas pernas e fim.
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