segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Coragem e sorte
Bastam
No meio fio arrastão.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

canso-me para encontrar
a última peça dessa cabeça
quebra

Corpo manda releitura – alma não obedece – depende



Corpo manda releitura – alma não obedece – depende

dependências

Próximo. Vim te ver. Falta de ar? Stendhal resolve ou uma xícara funda de angústia profunda. Rala rala o corpo. Bate perna. Roça coxa. Espalma pé. Encara braço. Corpo tira a máscara. Alma se esconde. Cala-te. Cale-se. Alma disforme. Diz. Só resta língua. Nada de melancolia. Nervos e ossos. A panela está apitando. Seu pulso subindo. Olha a pressão. Explode. Vai o corpo. Derrete na força. Esvai no esgoto. Vai o corpo. Pelo ralo. Tic tac. Vem alma. Explode. Entre narinas, explode. Vem a alma na radicalidade esquizofrênica da respiração. Ou sai ou entra. Tal qual orifício. Assim, alma. Um cu.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

trava papa língua



eis que somos
esquisitos
esquivos
esquizofrênicos
eis que somos
esquentados
esquecidos
esquemáticos
eis que somos
esquistossomose
Ao som de Nação Zumbi, vou tomando forças. Recolhendo galões. Admirando os céus. Sim, ele é plural! Amanhã encaro a multidão. Bom entre quatro paredes. Tranca afiada. Mais do que afiada, sangro como lâmina caminhos de Alice. Lindas pernas, a que horas abrem? Alucino entre mandrágoras. Em ebulição, tapa com luva de feltro. E você, meu caro e raro amigo? O que tem feito por ela? Pela diferença?

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

"Renda-se como eu me rendi". CL

No meio de tuas rendas
rendo-me
arremedo
sem medo
fui e voltei
no ontem
no amanhã
rendo-me
a você
o presente
Excertos parte 2 (depois do show de O Terno) - Estou morta? Ou você, meu bem?

A flor murchou de um dia para o outro. A gente só vive se mata o outro. Assassina. Sou! E você?

Preparo seu caixão, porque meu terno é de seda, meu bem! Sou assassina!

Meu bem? Meu mal! Baudelaire fleurs. E não estarão em minhas mãos. Apenas Baudelaire, entre minhas coxas.

Assassina sou! Morro para viver. Mato para sobreviver. Sou abelha rainha. Bethania, e não Caetano.

Vem e não vem. Se vier, coragem!
Poemico =

Cheers darling, because it's another time.

I want to see how much time you will insist in a mistake

Give me your hand and come with me.

Debunde-se.

I'm looking for you
Give me your hand

poemico II


Diz que
não diz
mas faz
deseja
silencia.

Quatro paredes
molhadas e surdas
cantam seu gozo
solitário.

Diz que
não
Diz que
não

desejo
diz que sim

sou beija-flor
e você, criado mudo.
Ajoelho, atiro, caio e, entre grades, te encontro.
nada santo
perverso em tudo
a sua maiúscula
não me comove

porque lá fora chove

ir

Ele ia
eu ria
ela fazia

Nós?
Não.
Tenho regras.
Eles não.

Vou não.
Sou. Muito.
Eu.
Detesto rimas pobres

Da série "Amar é"


ELE: Você brilha tanto.

ELA: Eu vou me matar.

ELE: Eu te amo.

ELA: Já escolhi. Veneno. Veneno é o melhor. Eu vou me matar.

ELE: Lembro do seu perfume a cada esquina. Você é tão cheirosa. Sinto no travesseiro.

ELA: Cinza é minha cor predileta. Olhe aquelas nuvens. Aquelas ali, gordinhas de chuva. Eu vou me matar.

ELE: Você fica linda quando chora, meu amor. Linda. Simplesmente, linda.

ELA: Mas será que demora muito? Melhor lâminas nos pulsos. Eu e uma banheira lugar comum. Eu vou me matar.

ELE: Eu desejo seu corpo dia e noite. Seu cheiro, seu suor, seu sexo. Você é linda, meu amor. Eu te amo.

ELA: Eu vou me matar. E ponto.

ELE: Ela se foi. Matou-se. Foi-se. E eu nem puder dizer "Eu te amo"
Cartinhas embaixo da porta revelam o singelo
o simples é
conquista no verbo
na linha rascunhada
mensagens vagabundas de madrugada
fingem que dizem
1,99 o acém
tu tu tu
cai a ligação
ou o coração

poema do (a) sossego


ato I
diz que fui por aí
com todo o amor que houver nessa vida
non, je ne regrette rien

ato II
metalinguagem
meta a língua
meto, enquanto agem
pura maquiagem
meta meta meta
arrisque seu melhor tom ou som

ato III
quem ri por último, rivotril

ato IV
põe o terninho vermelho
relaxa e goza
Roberto Carlos canta para Martha

ato V
par de coxas
cama suada
o futuro

ato 666
o final
com um trago de vinho
rimas pobres
e poesia honesta