sábado, 20 de fevereiro de 2010

Entre Fridas e tulipas


Entre Fridas e tulipas

20/02/2010


Sabia da diferença canibal entre 4 paredes.
de quatro

números, algarismos e tabelinhas


finalmente, livrava-se da poesia barata feita de lençol vagabundo. Rasgava versos em linhas sedentas. Apenas corpo. E era uma vez a prosa. Parecia um gato a vagar pelas esquinas em busca do outro. Talvez gênero, ou não... não estava em busca do amor. A dor lhe convinha mais e combinava com o melhor de seus orgasmos. Sabia que o amor já lhe acompanhava e estava em seus sonhos. Sua dor de Frida esvanecia na cama coberta por tulipas vermelhas. Pensava no Ser e a existência batia-lhe na face com luvas de couro. Um dia, lhe perguntaram: “E quanto ao coração?” O tempo ardia e o sangue nas veias corroia caminhos do não ser. Chora Frida. Vem e chora pelo meu corpo as pétalas de tua dor...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Sobre Samuel Beckett



..."e a obra que traz sua assinatura não continuam a velar para ver o que nós, sobreviventes, vamos fazer de seu silêncio, que fala ainda, mesmo se é sob o modo da não palavra, eco da pura voz inominável?"



Plínio Prado Jr.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

TRABALHADOR x PATRÃO

Cansei. Você aí sentado do outro lado, mandando e desmandando. Diz pra mim que não é patrão não, mas sei bem que toma Chandon. Sabe o valor do salário? Sabe qual é o piso da categoria? Sabe se hoje eu almocei? Não! Nada sabe, eu sei! Finge que a loucura lhe acomete, mas sei bem o que é. Eita mosquitinho ruim esse do poder. Ai, cansei. Podia pedir demissão, mas e o meu ganha-pão? Como diz o nosso presidente Lula no filme sobre sua vida: “Trabalhador tem que sobreviver. Trabalhador tem que botar comida na mesa”. E se eu não almoço, preciso tomar conta da janta. Cansei desse lenga-lenga. Cansei. Mas também lembrei de Dona Lindú, mãe de Lula: “Teima, meu filho, teima. Tua hora vai chegar, mas precisa saber a hora de parar”.
À espera...

SIM! Sou uma trabalhadora!!!!